Independência! Desde quando?

Author: Jah Bless /



Setembro, mês em que se comemora a “Independência do Brasil”. Agora me responda: que independência, irmão?

“Deitada eternamente em berço explêndido”, segue preguiçosamente a “Maria Fumaça” brasileira,  queimando como combustível o nosso “dinheirinho” arrancado à força de nossos parcos recursos encharcados do suor da batalha, para alimentar a indisfarçável máquina da corrupção.

Enquanto isso, num hospital bem perto de nós, pessoas se amontoam nos corredores, macas e até no chão; contorcendo-se em dores, suplicam por um atendimento enquanto sentem esvaírem-se as poucas forças que ainda lhes restam ante a visão da morte que se aproxima enquanto o socorro se afasta. No horário político gratuito (gratuito pra eles, pago com nossos impostos) uns dizem que resolveram o problema da saúde e nunca se fez tanto por ela – talvez estejam se referindo à Suécia, Dinamarca, Suiça; outros dizem que nada foi feito ao longo de todos esses anos – como se isso fosse uma novidade, e tudo farão nos próximos que se seguirão. Uma coisa é certa, enquanto eles falam que fizeram ou prometem que farão, alguém está morrendo sem atendimento, isto é um fato.

E a educação? Escolas e faculdades fechadas por meses a fio, estudantes sem aulas, ano letivo perdido. Greve!!! Professores ganhando “salário de fome”, sendo desprezados e desrespeitados, ignorados em seu mister de construir o ser humano, preparando-o para ser o construtor de um futuro de verdade, com oportunidades e valorização para todos. Alguém se lembra do que foi prometido para a educação quatro anos antes? Se não se recorda é só assistir a propaganda eleitoral, as promessa se repetem, tudo igual.

Quanto a segurança... Polícia presa, LADRÕES soltos (com todas as letras maiúsculas, “pra bom entendedor, meia palavra basta”, sacou?) Povo refém. Quem trabalha muito não tem direito de ter um carro bom, morar numa bela casa, vestir-se bem e comer melhor ainda; senão... torna-se vítima em potencial de assalto e seqüestro relâmpago. Já quem não trabalha tanto mas ganha muiiiiiito mais que você – sem falar ainda que nem estudou para isso; tem carro blindado, mora numa fortaleza com seguranças armados, compra roupa no exterior e fecha restaurantes chics para reuniões privativas. Ah, e quanto aos ladrões (os com letra minúscula), esses  fazem o que querem, debocham da justiça, matam a polícia, posam de artista e quando são presos, tem direito ainda a um “benefício previdenciário”!

Sem saúde, sem segurança, sem educação. Voce ainda acha que somos independentes?

O reggae e os reggueiros não se acomodam, não se calam, não se omitem. A mensagem da música de Jah é perene e renovada, infelizmente vezes parece que soa repetitiva mas isso pelo simples fato de que a realidade não muda. Edson Gomes, Tribo de Jah, Ponto de Equilibrio, Natiruts, Jah Bless e tantas outras, seguem fazendo a sua parte: “porretando” a sua cabeça para que não se esqueça, não somos livres; somos escravos de um sistema corrupto e corrompido, manipulado por poucos que tem o poder e o usam em detrimento de muitos que são oprimidos.  Somos os humilhados, diminuídos e expropriados; lesados e roubados mas não podemos continuar sendo omissos e acomodados, trouxas e enganados.

Ainda bem que sete de setembro é só um dia no ano, uma data apenas; assim, se a gente se deixar enganar por um breve momento, enquanto pomposamente desfilam garbosos militares em seus trajes de gala diante de “autoridades” desautorizadas moralmente  e  as forças “da liberdade” exibem seu poderio bélico para manter a paz e tudo mais em seus “devidos lugares”; com o cair do sol, com o secar do suor, o calar dos tambores, há de vir o despertar e de novo a consciência: Independência, que independência?

Independência, só da mente. Lute para que não a escravizem. Tenham um bom fim de semana. Curtam Planta e Raiz, e descubra "Qual é a cara do ladrão" . JAH bless.
 

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