RETROSPECTIVA 2012: Nada de novo, tudo que você já sabe.

Author: Jah Bless /



E o ano chega ao fim. Para alguns, melhor do que o de outrora ; para outros um ano para se esquecer, que deixa pra traz momentos doloridos e marcados pelo sofrimento. Assim é a vida!

2012 passou como um raio: rápido, intenso e devastador. Escândalos e mais escândalos sacudiram o “poder”  e mostraram pra sociedade, o que todos já sabiam: os protagonistas podem ser outros mas a roubalheira e o cinismo são os mesmos;  afinal corrupção se aprende na faculdade do poder e  é uma matéria que exige aprofundamento e doutorado, não é pra qualquer “zé mané”!

Vieram as eleições, os “fichas-sujas”, as promessas, mais corrupção, compra de votos...” tudo como antes no quartel de Abrantes” . Reprise da mesma novela SEM FINAL FELIZ. The End:  e a gente teve que votar, mesmo contra a vontade – é o que eles chama de “exercício da cidadania e da democracia”, a renovação esperada não veio e mais uma vez, ficamos com cara de bobo.

Desastres naturais em todo mundo. Terremotos, incêndios florestais, tormentas, furacões e tsumanis.  Japão e EUA, devastados, reergueram-se com trabalho e investimento; com respeito aos seus cidadãos e aplicação séria dos recursos emergenciais.  Um ano depois do tsunami e duas semanas após a passagem do Sandy, Japão e EUA mostravam para o mundo porque são países desenvolvidos. Enquanto isso no Brasil... a estiagem continua arrasando o Nordeste  e a indústria da seca prospera às custas do povo ordeiro, sofredor, batalhador e espoliado pelos poderosos corruptos. 

As enchentes seguem devastando plantações, derrubando casas, arrastando morros e vidas. Todo ano é tudo igual. Divulga-se a liberação de verbas para dar apoio aos desalojados, para a construção de casas novas para tirar o povo das encostas e proporcionar-lhe dignidade. A verba chega e... some. É a “mágica da corrupção” , os Mandraques se multiplicam, deixando a “plateia de boca aberta e mãos estendidas”.

Foi o ano da proliferação do “inútil, do besteirol e da imbecilidade”. Há muito não se via tanta idiotice na TV, nas rádios, nos jornais, nas ruas. O povo anestesiado por mensagens subliminares, como zumbis seguiam se arrastando  ao som de músicas de “qualidade duvidosa”, com letras vazias e onomatopeias irritantes. O Brasil, conhecido pela sua musicalidade e riqueza cultural; sua mpb e bossa nova;  Jobim, Gil e Caetano; deixou de legado em 2012 o “tchu e o tcha” , o “tchetchererê...” e o  “melô da margarina” – “Delícia, delícia, assim você me mata” . 

A nível mundial, a dança do “cavalo doido”, daquele japa-coreano-chino-oriental (desculpe-me a ignorância mas procuro não perder meu tempo com informações inúteis) explodiu na net e para nosso desespero, passou a ser exibido e executado à exaustão em tvs e rádios do mundo inteiro.

E o fim do mundo? Ah, esse foi um capítulo a parte. Teve gente que estocou água e comida, construiu casa à prova de tsunami e terremotos (?) e se mudou pra “paraísos místico-esotéricos”, imunes ao Armagedon – o “mundo” iria acabar mas esses “pedacinhos”, não. Incrível!!! Quem comprou pensando em dar calote se ferrou,  pois o tão alardeado fim dos tempos ainda não foi dessa vez. Agora é correr pra pagar as dívidas e deixar de ser mané,  sacaninha.


Foi o ano da violência, dos crimes hediondos, das chacinas e dos massacres nos colégios americanos.  A insegurança foi a tônica. Na guerra entre a lei e o crime, policiais seguem sendo barbaramente executados e o povo, no meio do fogo cruzado, atingido por balas perdidas.

Na nossa cidade (Ilhéus) não foi diferente. Abandonada e espoliada, a “Princesinha do Sul” foi exposta aos turista e ao seu povo, suja, feia  e fedorenta.  As montanhas de lixo passaram a ser objeto dos “clicks” dos estarrecidos que pensavam encontrar na terra de Gabriela, no ano do centenário de Jorge Amado, um cenário de beleza que enchesse os olhos e emocionasse os seus visitantes.

É, 2012 está acabando. Que acabe logo para que com o ano novo que se aproxima, se renovem as esperanças de que um ano melhor há de vir e, ao fim de 2013, possamos fazer uma retrospectiva de fatos que nos alegre e orgulhe. De qualquer modo, não podemos deixar de agradecer a Deus; afinal, passamos incólumes por toda essa turbulência e vivos estamos para testemunhar mais esse momento da história.
Que venha 2013; com Paz, Saúde, Prosperidade, Igualdade, Justiça e Amor. Feliz Ano Novo para todos. Ah, muito reggae e música de qualidade. JAH bless.

Fim de ano, fim do mundo (?)

Author: Jah Bless /





Fim de ano chegando e com eles as festas. Traz  “de quebra” os momentos meditativos do antes, do agora e, sobretudo , do depois. O que fizemos de bom ou de ruim, o que estamos fazendo e como faremos; planejando as mudanças no nosso comportamento e os rumos que daremos às nossas vidas.

Depois de longa  e exaustiva prestação de contas com o nosso “eu interior”, certamente chegaremos a seguinte conclusão: há muito ainda que se fazer, não menos que se mudar e, aquelas promessas feitas no ano anterior, descumpridas ao longo desse  que caminha para o fim, ficarão para o seguinte.  Não fomos tão maus, é verdade – dá até pra negociar com o Papai Noel, né? Mas também não fomos  bons o bastante, para fazer a diferença . No “final da partida”, ficamos no zero a zero.

Mas  o fim de 2012 vem com um “plus” a mais. Tod mundo tá falando, as TVs dedicam espaços cada vez maiores a reportagens com o assunto. 21 de dezembro de 2012 pode ser, segundo os “profetas do desastres”, os “arautos do apocalipse”, também, o FIM DO MUNDO!!! E ai, eu fico pensando: FERROU! Se rolar essa zorra, vou dessa pra uma outra (que espero seja melhor) sem ter feito um monte de coisas que planejei, desejei  e, que ao longo de todos esses anos, desde que me conheço por gente, protelei.

Por outro lado, vou “carregado” de coisas que não deveria ter feito, planejei deixar de fazer e, persistentemente, sem ânimo para mudar, segui errando. Caracas!!!

Putz, se for verdade e todo esse lindo planeta, maltratado pela ganância e maldade humana, for “pras cucuias” pondo fim as nossas existências, insignificantes enquanto não fizermos algo de significativo para marcar, indelevelmente, o nosso irmão; justificando-a;  estamos a apenas quatro dias do derradeiro desfecho... e ai, nem Natal vai rolar esse ano. Nada de presentes, show de Roberto Carlos na Globo, retrospectivas nos canais de TV... nada! Se bem que eu passaria legal por essas “privações”, elas não me fariam falta. Só  não precisa acabar com o mundo, pô!

E quanto ao Ano Novo, piorou. O que você fez, fez; o que deixou de fazer, lenhou; sem chance! Aqueles quilinhos que vc queria perder, já era; vai ter que finar-se com eles mais o “peso” da sua consciência.

O lance é o seguinte: se arrependimento matasse, não precisaríamos de um fim do mundo pra exterminar a raça humana. Inconstantes e indecisos, é de nossa índole fazer o que não devemos e deixar de fazer o que devíamos; então, que não nos apressemos em martirizar-se, punindo-nos por atos e omissões. Quanto ao que deixamos pra traz, postergando sua realização...  Tenho certeza que teremos a chance de tentar, mais uma vez, no ano que vem. Sim!  Sem essa de fim do mundo, catástrofes, desastres, tsunamis, terremotos, peste e fome; e tudo com hora e data marcada!!!

De misérias o mundo anda cheio, há muito tempo. O que tem que acabar é o espírito destrutivo e egoísta do homem. Sua ganância, sua descrença, a falta de atitudes transformadoras para a construção de um Mundo Novo Renovado; ai sim,  vislumbraremos o fim de uma era atribulada e sofrida, para ver erguer-se a construção de uma realidade feliz e harmoniosa. Eis o fim do mundo que devemos ter em mente, primeiro passo para uma transformação.

 “Enquanto a vida me levar, eu vou atrás. Enquanto o tempo me deixar... eu vou” (A Vida e o Tempo – JAH BLESS, Luciano Cerqueira – CD “Dia de Viagem”) Sigo, portanto, deixando o tempo passar, um dia após o outro, me emocionando com o nascer e o por do sol, todo dia; com o manto de estrelas nas noites sem luar e com o pratear da lua, que despeja sobre o mar sua luz, num espetáculo irrepetível  que tenho privilégio de ver, debruçado da minha janela.

Sigo tocando minha vida e meu reggae. Tentando ser importante, significante E ETERNO para as pessoas que fazem parte da minha vida, que amo e que me amam. Sempre um dia após o outro... Sigo fazendo o que mais sei fazer, simplesmente viver e, graças a Deus, viver feliz.

Portanto, sem stress, galera! Dia 21 de dezembro de 2012 vai chegar como sempre chegou, um dia antes do dia seguinte (22) e sendo, um dia depois do anterior (20), simples assim. E será  apenas mais um dia de tantos outros de sua vida, aqueles que passaram e aqueles que virão.  Vamos comprar nossos presentes pro Natal, comer o peru na ceia (pra esse o mundo acaba na véspera do dia 25, com certeza!) e continuar fazendo planos para 2013, planos que, certamente, mas uma vez não cumpriremos e, no final do ano que vem, vamos de novo fazê-los. Assim é a vida.
 
A gente se encontra de novo, depois do dia 21 (espero!); enquanto isso, sugiro que ouçam uma música que, a meu ver, é uma das mais lindas já feitas. Inesquecível , clássica e imortal; que traduz muito bem a inquietude que temos, nossos medos, incertezas e arrependimentos, sobretudo daquilo que poderíamos ter feito e não fizemos, coisas simples que dão à vida, seu verdadeiro e único sentido.  Dessa vez não será um reggae – em sua acepção rítmica e harmônica, mas que não deixa de sê-lo em seu sentido e “alma”.  “Epitáfio” de Titãs é uma boa pedida pra esta época, bem melhor que ficar ouvindo Simone  (quem tem menos de 30 anos talvez nem saiba quem é) cantando “Então é Natal” (isso sim devia ter fim, ufa!). Fiquem com JAH. 

Feriadão, som e dendê

Author: Jah Bless /


Domingo,  04 de novembro, feriadão terminando. Dia nublado, chuvoso mas quente, emocionalmente quente! Famílias reunidas na nossa Casa-Stúdio .  Presença dos “irmãozinhos” da JAH BLESS. E tome som!!!

Momento de descontração e alegria. Montamos um “acústico” no quiosque de frente pro mar. No começo “passamos” as músicas novas, que irão compor o quinto cd da banda, em fase de pré-produção, sem título ainda, previsto para lançamento no início de 2013.

Não faltaram as resenhas, muita “zoação” ; com direito, inclusive, a penteado fashion de Thiago “guitar-man” Pantufa – o cara chegou com “cara de ontem” , meio “zumbi”, “andando dormindo”. Não podia ser diferente: esqueceu de pentear os “cachos rebeldes”, literalmente, de arrepiar.

Dill,  acompanhado de sua simpaticíssima “cara metade” – noiva – esposa (?) ,  tratou de “plugar” seu contrabaixo e mandar ver nas “linhas de harmonia” das novas composições.

Joseph Robert (quem?) – mais conhecido como “Zé Roberto” (ah!!!), o “percursa”  jamai(s)cano, mais novo membro da “família Jah Bless”; com toda sua humildade, simpatia e “tempero rítmico” , mandou bem demais e colaborou, diretamente, nos arranjos de finalização das músicas.

Ausência sentida do batera PH – “o cara mais sério da banda”, que escalado pela empresa para participar de um curso de qualificação – combate a incêndio, manuseio de mangueiras, válvulas e afins (huuuumm, sei não!), não pode se juntar a nós. Sentimos a sua falta “Grande PH”, espero que você tenha SENTIDO A NOSSA;  na boa, véi.  Mesmo assim, com a moral que o cara tem, não ficou de fora dos “comes e bebes” – foi providenciada uma “quentinha” com as iguarias; Dill ficou com a responsabilidade de entregar a marmita, falta a confirmação de PH.
O tempo passando  o som rolando solto, descontraído...sem perder a competência. E, ao longo de quase duas horas, tudo foi só alegria.

Bateu a fome. Demos um tempo da cervejinha, dos tira-gostos, da música. O som que ecoava no ambiente era dos estômagos “roncando”. Talheres tilintando e... o silêncio – não se deve falar com a boca cheia, não é mesmo?

E tome-lhe moquecas (aratú e camarão) , mariscada (polvo, lula, camarão, mexilhão, peixe e ostra); vatapá e bacalhau ao forno. Resultado:  todo mundo “morgado”. 

Fim de tarde, mais um domingo especial  para ficar na história. E que venham tantos outros, felizes e proveitosos, tão especiais que, mesmo nublados e/ou chuvosos, o “sol de cada” um continue a  comparecer, brilhante e quente. A “família” Jah Bless continua firme e forte. Salve, JAH!

Democracia

Author: Jah Bless /


07 de outubro... domingo, preguiça, repouso, curtindo um reggae, tomando uma cervejinha... Caraca!!! Hoje é dia de eleição, até nisso esses políticos nos sacaneiam, né?

Somos OBRIGADOS, em nome de uma falsa democracia (onde está a liberdade de não votar?) a sair do conforto e aconchego do nosso lar; abdicar da companhia agradável e segura dos nossos AMIGOS;  abrir mão de preciosas horas de descontração do nosso domingo; para postar-se numa fila  em alguma das tantas salas sujas, descoradas, mofadas e mal iluminadas de um prédio público qualquer ; numa rua esburacada, com lixo espalhado ao longo das calçadas e mais ainda por vir, resultado das campanhas com seus santinhos daqueles que de santo não tem nada, só se for “santo do pau-ôco”, para votar – tem gente que mesmo sem opção, vota –  ou simplesmente e mais sensatamente anular seu voto – outros manifestam assim seu inconformismo e tem aqueles que, corajosamente  dão uma “banana bem dada” e lá nem aparecem. Massa!

Uma democracia capenga, que alardeia com orgulho a existência de uma lei inoperante e inaplicável – pelo menos até então; que foi aprovada para evitar que políticos ficha-suja pudessem se eleger, mas que com suas lacunas, brechas – verdadeira roupa nova já rota pelas traças da desfaçatez e  remendos da impunidade; permite que tais se candidatem e depois... ah, depois, “amparados” pela cascata de recursos judiciais e a tão conhecida celeridade processual, tomarão assento em seus palácios e sabe-se Deus quando dali se levantarão, se é que o tempo assim o permitirá.   

E lá vamos nós, num domingo, tais como bois a caminho do matadouro, cabisbaixos e conformados, fazer nossa lição de “educação, moral e cívica” : escolher o “futuro” da nossa cidade, do nosso estado, do nosso país.  O futuro que meus olhos alcançam não se me apresenta melhor que o passado já vivido, nem ao menos mais esperançoso que o presente que vivo.  Contudo, se acharmos consolo em acreditar que pior não fica e a acomodação for o remédio, então podemos achar válida e produtiva uma eleição de candidatos inexpressivos, despreparados, incapazes, neófitos ou  macacos-velhos , corruptíveis ou, reencarnadamente, corruptos - amadores ou profissionais.

Não que sejam todos, sem exceção,  “farinha do mesmo saco”,  desmerecedores de nosso crédito e respeito. Existem  sim, políticos sérios, são poucos é verdade; ou melhor, são muito poucos;  talvez  pouquíssimos; bem..  raríssimos casos; mas existem! Talvez não existam mais porque desses já poucos;  só uma ínfima parcela ainda se sujeita a concorrer uma eleição, a colocar seu nome no paredão das honras e respeitos perdidos e até mesmo, correr o risco de ser sepultado na vala comum dos desqualificados.

E assim, mais uma eleição, mais um domingo obrigatoriamente dedicado  ao exercício da tão propalada cidadania. Enquanto isso, a cerveja, os amigos e o reggae  tem que esperar. O som que ouviremos  serão as manifestações dos cabos eleitorais, de  eleitores exaltados e o tirililim  da urna eletrônica confirmando o  voto, para só então, você que já tinha perdido seu tempo e sua esperança,  com o tilintar da máquina, poder voltar pra sua casa, ouvir o seu reggae e tomar sua merecida “gelada”, exercitando enfim, a tão sonhada e verdadeira liberdade e democracia . Ainda bem que não temos segundo turno, senão...
 

Independência! Desde quando?

Author: Jah Bless /



Setembro, mês em que se comemora a “Independência do Brasil”. Agora me responda: que independência, irmão?

“Deitada eternamente em berço explêndido”, segue preguiçosamente a “Maria Fumaça” brasileira,  queimando como combustível o nosso “dinheirinho” arrancado à força de nossos parcos recursos encharcados do suor da batalha, para alimentar a indisfarçável máquina da corrupção.

Enquanto isso, num hospital bem perto de nós, pessoas se amontoam nos corredores, macas e até no chão; contorcendo-se em dores, suplicam por um atendimento enquanto sentem esvaírem-se as poucas forças que ainda lhes restam ante a visão da morte que se aproxima enquanto o socorro se afasta. No horário político gratuito (gratuito pra eles, pago com nossos impostos) uns dizem que resolveram o problema da saúde e nunca se fez tanto por ela – talvez estejam se referindo à Suécia, Dinamarca, Suiça; outros dizem que nada foi feito ao longo de todos esses anos – como se isso fosse uma novidade, e tudo farão nos próximos que se seguirão. Uma coisa é certa, enquanto eles falam que fizeram ou prometem que farão, alguém está morrendo sem atendimento, isto é um fato.

E a educação? Escolas e faculdades fechadas por meses a fio, estudantes sem aulas, ano letivo perdido. Greve!!! Professores ganhando “salário de fome”, sendo desprezados e desrespeitados, ignorados em seu mister de construir o ser humano, preparando-o para ser o construtor de um futuro de verdade, com oportunidades e valorização para todos. Alguém se lembra do que foi prometido para a educação quatro anos antes? Se não se recorda é só assistir a propaganda eleitoral, as promessa se repetem, tudo igual.

Quanto a segurança... Polícia presa, LADRÕES soltos (com todas as letras maiúsculas, “pra bom entendedor, meia palavra basta”, sacou?) Povo refém. Quem trabalha muito não tem direito de ter um carro bom, morar numa bela casa, vestir-se bem e comer melhor ainda; senão... torna-se vítima em potencial de assalto e seqüestro relâmpago. Já quem não trabalha tanto mas ganha muiiiiiito mais que você – sem falar ainda que nem estudou para isso; tem carro blindado, mora numa fortaleza com seguranças armados, compra roupa no exterior e fecha restaurantes chics para reuniões privativas. Ah, e quanto aos ladrões (os com letra minúscula), esses  fazem o que querem, debocham da justiça, matam a polícia, posam de artista e quando são presos, tem direito ainda a um “benefício previdenciário”!

Sem saúde, sem segurança, sem educação. Voce ainda acha que somos independentes?

O reggae e os reggueiros não se acomodam, não se calam, não se omitem. A mensagem da música de Jah é perene e renovada, infelizmente vezes parece que soa repetitiva mas isso pelo simples fato de que a realidade não muda. Edson Gomes, Tribo de Jah, Ponto de Equilibrio, Natiruts, Jah Bless e tantas outras, seguem fazendo a sua parte: “porretando” a sua cabeça para que não se esqueça, não somos livres; somos escravos de um sistema corrupto e corrompido, manipulado por poucos que tem o poder e o usam em detrimento de muitos que são oprimidos.  Somos os humilhados, diminuídos e expropriados; lesados e roubados mas não podemos continuar sendo omissos e acomodados, trouxas e enganados.

Ainda bem que sete de setembro é só um dia no ano, uma data apenas; assim, se a gente se deixar enganar por um breve momento, enquanto pomposamente desfilam garbosos militares em seus trajes de gala diante de “autoridades” desautorizadas moralmente  e  as forças “da liberdade” exibem seu poderio bélico para manter a paz e tudo mais em seus “devidos lugares”; com o cair do sol, com o secar do suor, o calar dos tambores, há de vir o despertar e de novo a consciência: Independência, que independência?

Independência, só da mente. Lute para que não a escravizem. Tenham um bom fim de semana. Curtam Planta e Raiz, e descubra "Qual é a cara do ladrão" . JAH bless.
 

Velho!!! Eu???

Author: Jah Bless /


    O tempo não perdoa. Não dá uma “trégua”. Não para, jamais. E a medida que ele passa o “nosso tempo” restante diminui e o acumulado “engorda”, trazendo-nos a inexorável  “velhice dos anos idos”.

     Aqui vale um parêntesis : a velhice a que me refiro é a velhice do corpo, dos cabelos grisalhos, da barba branca, da visão “curta e cansada”, do “excesso da falta de cabelos”, etc ... Uma velhice que não alcança a alma nem enferruja o pensamento, não embaça as emoções nem turva a compreensão do mundo que nos cerca, não nos rouba o sorriso e, muito menos, a vitalidade, ânimo e determinação para continuar vivendo, e muito!!!

    A música tem um papel determinante nesta “formolização” -  me permitam o neologismo: formolização = ato de conservar-se como se no formol tivesse sido imerso (putz!) – já repararam como os músicos parecem “envelhecer” mais lentamente? E ainda, quando envelhecem é só “a casca”. Estamos cheios de velhinhos saltitantes e energizados, empunhando suas guitarras, tocando suas bateras, compondo e cantando “pra dedéu”!!!

    A música , se não rejuvenesce, com certeza relativiza a velhice. A “velha guarda da mangueira” é sinônimo de vitalidade, alegria e exemplo de que aos “setenta e lasca” a vida no samba tá apenas começando. 

     Pergunte a Mick Jager e Keith Richards (Stones) se eles acham que já está na hora de parar, “pendurar as chuteiras”  , ou melhor, as guitarras, e sentar-se de pijama na cadeira de balanço, com “a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar”, envenenando-se, lentamente, com o besteirol  global-televisivo de Malhação, Avenida e outras idiotices mais, que insistem em chamar de programação (só se for programação de “emburrecimento” da mente).

    Perguntem a Gil e Caetano, se já se sentem cansados o suficiente para ceder aos caprichos do tempo e decidirem trancafiar suas composições, harmonias e pensamentos, no mais profundo do seu ser, onde não se possam alcançar as mágicas mensagens de suas consagradas e exuberantes poesias.

    Por certo, o músico não vislumbra o fim, mas  sim, persegue com sua obra o infinito, no valoroso afã de ver-se perpetuado ad eternum, pelas sementes que seu dom semeou  nos corações e mentes do povo.

    Com o tempo, certas músicas se tornam melhores, tal como o  bom vinho. Certamente diante da involução cultural e artística que vem se instalando, dia após dia, com composições “ricas” de idiotices cantadas, harmonias capengas, letras débeis, interpretes que mais parecem  adoentados, acometidos de uma forte obstrução das vias aéreas, tal o irritante e nada original som anasalado de um voz pobre e previsível, chorosa e gaguejante.  Mas o verdadeiro artista, o músico-real persiste, persevera, segue lutando para fazer sua arte ser vista, ouvida, sentida e assimilada, nem que para isso ele consuma cada segundo de sua vida, cada milésimo de segundo de seu tempo. Ah, o tempo...

     O tempo também não para para o músico mas o que importa, de verdade, é que o músico não pare no tempo, nem pare porque achem que passou do tempo.  Velho  é aquele que se deixou alcançar pelo passar dos anos e decidiu baixar guarda e desistir de seguir lutando. Velho é aquele que perdeu a esperança e deixou calar a sua voz.  Afinal, não existe nada melhor do que os bons e velhos reggae, blues, samba, jazz e rock , não é mesmo? Que o digam Rolling Stones, Martinho da Vila, B.B. King... 

    Quanto ao reggae, vale o exemplo da galera do The Congos,  com suas barbas e dreads grisalhos e a vitalidade de “meninos”  que acabaram de  “descobrir” a magia envolvente do ritmo jamaicano. Curtam The Congos e comprovem, mais uma vez, que não existe idade pra ser feliz e se fazer o que gosta, ainda mais quando se trata do “bom e velho reggae”. Jah abençoe, sempre. Eternamente!


The Congos foi formado como um duo por "Ashanti" Roy Johnson (tenor) (n. Roydel Johnson, 1947, Hanover, Jamaica) e Cedric Myton (falsete) (n. 1947, Saint Catherine, na Jamaica), e mais tarde tornou-se um trio com a adição de Watty Burnett (barítono) (n. no início da década de 1950, Port Antonio, Jamaica).[1][2] Myton tinha sido anteriormente um membro do The Tartans no final da década de 1960 (juntamente com Prince Lincoln Thompson, Devon Russell e Lindburgh Lewis) e do grupo de Ras Michael, e havia gravado com o Royal Rasses de Thompson em meados da década de 1970.[3][4] Ele formou o Congos, inicialmente como um duo com Johnson, na gravação do single "At the Feast" de Lee "Scratch" Perry.[1] Perry transformou o grupo em um trio com a adição de Burnett, e essa formação gravou o clássico álbum de reggae de raízes Heart of the Congos, no estúdio Black Ark de Perry em 1977.[1] O álbum contou com backing vocals ilustres como Gregory Isaacs, The Meditations, e Barry Llewellyn e Morgan Conde do The Heptones.[4] O álbum foi descrito como "o álbum mais consistentemente brilhante de toda a carreira de Scratch". (Fonte - Wikipédia)

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