Já se passaram duas semanas desde
a última matéria postada. Durante este tempo me debrucei sobre meus pensamentos
e reflexões e experimentei momentos de saudosismo. Vieram-me à mente imagens de
outrora que construíram minha história, fragmentos dos meus quase meio século
de existência vivida intensamente e feliz.
E , quando a “fita” passou pela minha adolescência, pirei. De
volta ao túnel do tempo me vi nos ensaios da banda Realce, no quartinho dos
fundos da casa de Seu Miguel, fiel “cuidador” da igreja de São Jorge, pai de Luiz “Caveirinha”,
tio do nosso brother Makell “ da Ruanda”; ali, ao lado de onde hoje ergue-se
majestoso o Edf. São Jorge dos ilhéus. Lá eu ficava horas, ouvindo aquela que
sem dúvidas, foi a maior banda de Ilhéus de todos os tempos, sem exagero.
Foi curtindo o Realce que tomei a
feliz decisão de aprender violão, comprar
uma guitarra, montar uma banda e deixar a música rolar. Realce... Ninguém
entende como uma banda que tinha João Carlos, tio de “Marquito”, no baixo;
Quinho na guitarra, Marcelo “Cabelo” no sax, Paulinho, pai de “Canibal” - taí a
quem puxou “o fera”; na batera; Luiz “Caveirinha” nos teclados e Reizinho no
vocal; não chegou ao merecido lugar de
destaque no cenário musical nacional.
Se bem que naquela época gravar
não era algo tão acessível como hoje. Ninguém tinha um “Home Studio”; estamos
falando da época das fitas k7 (cassete) e dos “bolachões” – os saudosos discos de
vinil. Pois bem, foi nesta época que Ilhéus conheceu sua majestade. A Princesinha
do Sul – quando ainda podia assim ser chamada, antes dos reiterados desmandos
que a reduziram a uma senhora pobre , esfarrapada e espoliada; tinha seu
arauto, propagador de suas belezas, com uma voz inconfundivelmente forte,
bonita e personalíssima. Ilhéus, tinha
seu Rei, ou melhor, como carinhosamente era conhecido: REIZINHO.
Infelizmente não se tem muita
informação sobre Reizinho, pouco se sabe sobre este personagem marcante da
cultura local, desse grande cantor e intérprete. Reizinho cantava bem qualquer
estilo, fosse rock, MPB, pop ou reggae. Nacional ou internacional. Seu
repertório era vasto e agradava “gregos e troianos”.
Reizinho foi também um marco com
seu LP, recheado de belas canções de compositores ilheenses, músicas românticas,
verdadeiras declarações de amor por Ilhéus e seu povo; não faltou, obviamente, o reggae – a sua
imagem já fazia natural referência ao estilo do alto dos seus “dois metros e
uns tantinhos” e sua cabeleira rasta,
um tanto comportada, mas rasta!
Reizinho já não está mais entre
nós fisicamente mas sua presença continua sendo sentida através de sua música e
sua voz que insiste em evocar o “Infinito”; para onde fora, após ter sua vida
brutalmente ceifada.
É... ao longo dessas duas
semanas, revirando minhas memórias, me deparei com a feliz lembrança desse “cara”
e me perguntei, porque ao invés de falar de um artista distante não escrevo
sobre aquele que foi um dos nossos maiores cantores, que encheu de orgulho
Ilhéus e que, infelizmente, tal como tantos outros ilustres personagens, com o
passar inexorável do tempo e o implacável descaso dos nossos governantes, teve
seu nome e sua memória jogada na vala comum do esquecimento?
Me senti assim responsável por
fazer a minha parte, reavivando a memória respeitosa daqueles que como eu,
tiveram a chance de conhecer “Reizinho” e sua majestosa voz, para que não
deixemos seu nome ser esquecido e, por outro lado, também fazer conhecer
àqueles que não puderam viver esse pedaço da história; para que tenham do que
se orgulhar e saberem que, um dia existiu um “figuraça” que cantava “Interior
Ilhéus” como se fosse o hino da cidade e
nos enchia de orgulho; uma época em que nossa cidade era, verdadeiramente, “A
Linda Princesa do Sul”; um tempo em que Ilhéus teve um rei, grandioso em sua
humildade e no amor pela sua terra, seu povo e sua música. Vivas sejam dadas a
Sua Majestade, Reizinho.
Tenham uma excelente semana. Saúde
e Paz. JAH bless.
6 comentários:
Gostaria de comentar um pouco sobre esse amigo que se foi e deixou saudades; Reizinho. Em 1976, existia o Grupo Som, uma banda de baile de Ilhéus, que depois se transformou em Realce, Reizinho era o crooner (como se chamava na época o cantor principal de banda. Eu cantava na Banda Engrenagem, de Saul Barbosa, também de Ilhéus, existia essas duas bandas e era uma rivalidade acirrada, para ver qual era a melhor banda da cidade, mas éramos todos amigos e unidos, foi uma época de ouro em Ilhéus, tinha músicos fantásticos como por exemplo; Eron gago(contrabaixista da banda engrenagem, Tavinho Moura(Tecladista), Quinho Guitarrista , e outros mais, Itassucy, surgiu nessa época. A Festa do Coco no Clube Social do Malhado, reunia todos os anos, o Grupo Som e a Banda Engrenagem que faziam uma dobradinha musical a noite toda.Reizinho tinha um Opala Preto Ano 72, com teto solar, e o menino era um garanhão danado, eu era vizinho dele na Barra, e nos reuniamos as segundas feiras para comer uma moqueca de Cação , na cabana do Tomé, que acho que nem existe mais ,essa cabana ficava na Ilha de São Miguel. Enfim tenho muitas lembranças de Reizinho e de situações curiosas que acontecia com ele, na época. Meu nome é Dudda Motta, sou filho de Ilhéus, continuo cantando e tocando na noite, e hoje vivo em Tiradentes-Mg. Valeu muito, e fiquei feliz em postar esse comentário sobre esse grande e inesquecivel artista, amigo particular meu, deixou saudades. Abraços Dudda Motta.
Fui um dos melhores perqusonista do artista reizinho negro brrau ganhamos troféu Ju parar com o melhor artista da reunião trabalhei em todas as rejiao da Bahia fis teatro em ilhéus duas vezes Itabuna ganharmos prêmio com o melhor artista de reege da rejiao comprei lotes em Guaibim Valença e estou aqui grassas a deus trabalhei no ralce lordao maqifiver foram 20 anos de trabalhos de lutas e muitas alegrias hoje estou em ilhéus Negro brrau irmão do mestre Gregório.
Hoje todo mundo conta sua istoria mais não passou o que eu passei foram 20 anos de trabalhos com amor alegria tido que faziammus era com dedicação tá aí com testinhas eu negro brrau ex perconsionista de Edison Gonzaga vugu reizinho com lembrança maselo do requeijão Itamar aumeda eris lanxe Paulo soza Paulinho batera qinqas qinho Marcos que era do lordao passou pra o realce depois veio João carios que permanece no realce todos tem uma istoria a conta e a realidades.
Eu negro brrau trabalho com perconeionista morro Sam Paulo qairu valensa boi peba ilhéus tenho meu qaxe da periferia de Salvador diretor de bateria do bloco afro cuturaru comunitário os males do malhado Ilhéus e muito mais tenho istoria filho de Ilhéus BH.
FOI O REI MAS FIQOU A LENDA NEGRO BRAW EX.PERCUSONISTA ARTISTA REIZINHO 20 ANOS.
Boa tarde companheiro e Negro brau ex perconsionita do artista reizinho lembro de você na conquista malhado você é irmão de marcellus do requeijão tô querendo lembrar seus parentesco uza cabelos grandes estou toqando salvador morro Sam Paulo boi peba porto seguro continua na BH. toqando percucao abraço Dudda Motta.
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