O espaço para a “boa e verdadeira” música ainda existe, Graças a Deus!
Confesso que de uns tempos pra cá
vinha perdendo a esperança e até ficando um pouco “rabugento”... musicalmente
falando.
Deixei de ouvir rádio,
principalmente as FM’s pois de tudo que tocavam, muito pouco agradava aos meus
ouvidos e à minha alma. Sim, à ALMA! Afinal, música não é simplesmente um monte
de palavras arrumadas em rimas sobre uma melodia. A música é o sentimento em notas e acordes,
harmoniosamente executados.
Depois de saber, em rede
nacional, os nomes dos vencedores na categoria de melhor cantor e melhor
música, pensei que havia perdido de vez toda a noção do que até então eu
conhecia como arte e amava como música. Minha revolta veio acompanhada de uma
tristeza imensa, quase uma depressão – sem exagero! – achei que não podia
existir algo pior. Mas como diz o ditado: o que tá ruim ainda pode piorar. E
não é que piorou?! Tome-lhe lepo-lepo e seus desdobramentos com “respostas” de
lá e de cá.
Parei, pensei e concluí: é,
agora... ferrou de vez!
Posso tá soando preconceituoso e
inflexível, afinal gosto não se discute mas, como sempre digo, gosto também é
uma questão de oportunidade. Vamos dar um exemplo: a pessoa que só come jiló
porque não tem a oportunidade de comer trufas de chocolate, se acostuma com o
paladar “amargoso” e desconhece o prazer do “adocicado”. Ele jamais poderá
dizer com convicção e justificadamente, que não
gosta de chocolate; afinal, ele
nunca provou. Igualmente, tendo como única referência o amargo do jiló, estará
fadado a aceita-lo como saboroso, sem paradigmas.
Com a música é a mesma coisa.
Quem só ouve axé, pagode, arrocha, sertanejo “fundamental-primário” (pois
definí-lo como universitário é um pouco demais, não acham?) e nunca ouviu jazz,
rock, blues, chorinho, samba (samba mesmo, de verdade!!!), reggae, mpb... enfim,
música de inconteste qualidade, jamais terá um paradigma para decidir o que se
lhe apresenta como audível, meditativo, perene, clássico e belo e não saberá
distinguir daquilo que não passa de efêmero, vazio, descartável e que, tomando
umas cervejas e azarando “as mina” (no “bom” português “dos mano” que
assassinam a gramática“) até “dá pra
escutar” mas existe coisa bem melhor
pra se ouvir.
Pois é, quando tudo parecia
perdido, sintonizei minha tv na rede do “plim-plim” para assistir mais um
reality-show musical, aquele das bandas, “tá” sabendo qual é? Pois bem (esqueci
o nome da zorra e não “tô” afim de parar pra pesquisar, portanto, sigamos; o
que importa é que você sabe do que estou falando), me ajeitei no sofá meio que
desconfiado que o sono iria me sequestrar levando-me para os braços de morfeu sem
assistir ao programa. No começo, achei que dormir seria inevitável mas, quando já
“encolhia as persianas”...despertei de um pulo. Cara, estava rolando rock do
bom! A galera foi ao delírio, e eu também.
Já um pouco mais desperto e
esperto, segui assistindo e aí, irmãozinho, a zorra pegou fogo de vez. Os jurados
não se contiveram, o público foi ao delírio, a contagem disparou e eu me sentir
orgulhoso de ver a música que tanto admiro, curto, amo, toco e componho – O REGGAE
– no seu lugar de destaque, de onde nunca deveria ter saído. IVETE tentou por
longos momentos falar mas a euforia do público e de DINHO (do Capital Inicial)
não deixavam. Quando finalmente falou, fez uma declaração de amor verdadeiro ao ritmo jamaicano e à música de JAH.
E como eu estava dizendo, ficou provado que gosto é
questão de oportunidade. Deem a chance
do povo ouvir a boa música também – não quero que acabe o arrocha, pagode,
axé... há lugar pra todos, desde que garantam o lugar também da boa música, a exemplo do
rock e do reggae – se o povo provar desse néctar musical, ele vai gostar!
O reggae, através da performance impecável da banda YUTE LIONS ( foi show!!!) mostrou pra mídia, que continua forte e tem lugar garantido nos corações, mentes e programas de
rádio e tv, do povo brasileiro.
Pra concluir, ouçam a versão reggae da
música Sítio do Pica-Pau Amarelo e, se restou ainda alguma dúvida acerca do que
eu disse... você vai enteder ouvindo, o que eu quis dizer.
JAH bless.