Mais um ano se passou, muita coisa mudou, muitos som surgiram. Alguns vieram pra abalar, colorindo o cenário já um tanto desgastado, cinca e desbotado, da música de qualidade. Outros não mostraram competência nem substância para ao menos, mesmo que transitória e fulgazmente, ocuparem um momento em nossas mentes.
Foi o ano dos “arrochas” e outras “pertubações sonoras” , letras de extremo mau gosto , melodias e estruturas harmônicas crucificantes – se é que podemos encontrar o mínimo traço de harmonia e melodia naquilo que teimam os ouvidos menos preparados em chamar de musica. Não encerrarei o ano expondo minhas preferências musicais, afinal, não me posso garantir o direito de mostrar-me tendencioso, tenho que respeitar os gostos e suas diversidades. No entanto, a verdade é única, e nisso todos concordam: atravessamos o ano de 2011 sem o desejado contato imediato de qualquer grau, com a boa música.
As próprias trilhas sonoras das nossas famosas novelas apontaram para o lugar comum das regravações ou repertório setentista/oitentista da MPB. Sem dúvida, faltaram revelações, novos nomes com novos sons, ou mesmo velhos nomes consagrados e corajosos, revisando seus conceitos musicais.
No reggae foi a vez da Chimaruts, Diamba, Tribo de Jah; a mídia continuou ignorando o ritmo jamaicano, já incorporado e abrasileirado, com o sotaque maranhense, baiano, gaúcho, carioca... Grandes surpresas; as redes sociais apresentaram para os reggaeman tupiniquins novos nomes, grandes candidatos ao posto de reggueiros guerreiros das plagas verde-amarela.
Tribo do Sol e Raizes que Tocam se apresentaram com estilo e disponibilizaram sua música para quem quisesse conhecer a mensagem e curtir a música de Jah. E por falar em JAH, Ele abençoou, em especial, o reggae baiano. ADÃO NEGRO confirmou seu lugar no pódium de banda preferida dos baianos e conquistou o conceito de banda “de responsa” no cenário reggae nacional. JAH BLESS, banda ilheense, deu passos firmes e seguros em direção à consagração junto ao público local/regional e deixou seu nome marcado como uma das revelações do ano do circuito de música independente e alternativa.
Foi o ano dos festivais, com destaque para BAHIA SOUND SISTEM, CHOCOLATE GROOVE e FESTIVAL STÉREO SUL. Projetos como o AGOSTO DO FREGUES e o SÁBADO SIM, agitaram a cena musical ilheense. Enfim, nem tudo foi perdido. Poderia ter sido melhor.
Como a esperança é a última que morre, esperamos que 2012 não seja o ano do “fim do mundo” mas, se alguma coisa tiver que acabar, que seja a música ruim, o mau gosto e a pobreza das letras, a mesmice e vala comum da imbecilidade musicada. Adeus ano velho e gagá, Feliz ANO NOVO, novos acordes para acordar o mundo e espalhar a felicidade e a paz.