Vai a chuva, fica a LAMA.

Author: Jah Bless /



Mais uma semana acabando e nada, exatamente, nada mudou!  Assistir, ouvir ou ler as notícias, se revelam redundantes e angustiam ante a visão de impotência que nos toma de assalto. 

Por mais que demonstremos nossa indignação, nosso inconformismo e vociferemos contra todo esse sistema corroído por ratazanas do poder, corrompido por inescrupulosos cínicos que juram inocência e derramam suas lágrimas de crocodilo enquanto assistimos a derrocada de um povo e a espoliação de um país, cada vez mais nos sentimos diminuídos, desassistidos , ignorados e vilipendiados reiteradas vezes por esses facínoras. Temo por perdermos as forças e recolhermo-nos ao silêncio dos derrotados e sem esperança.

A bola da vez é jogar espalhar a lama para todos os lados, atingindo o maior número de “personagens” (me reservo no direito de não me referir a “eles” como pessoas, por entender que não se enquadram à definição da palavra); assim, aquele que foi acusado , tem “moeda de troca” pra comprar o silêncio, intimidando; ou simplesmente, desviar os focos originários das investigações. 

Por outro lado, aquele que antes acusava, se auto nomeando o porta-voz da dignidade e da honradez, é tão sujo quanto um “pau de galinheiro” , pisa em sua própria merda com  seus sapatos de cromo alemão e pensa que seu mau cheiro não se fará sentir em algum momento.

Uma “lavagem” (=aquela comida que se dá aos porcos) mal cheirosa e nauseante, que coloca tudo junto e misturado no mesmo tacho de safadezas, discaração, falcatruas e roubalheiras. 

E tudo se repete, dia após dia... Quem hoje acusa , amanhã é novo alvo. Quem antes apoiava, hoje desfaz a aliança; só muda a posição na dança das cadeiras e a perspectiva daqueles que assistem atônitos a tudo. Só não muda a situação, a realidade, a expectativa. Podem me chamar de pessimista mas volto a afirmar: a única certeza que temos é que, do jeito que está, só fica pior.

Para que não me crucifiquem ou não me processem, vou usar o velho jargão jornalístico de respeitáveis comentaristas políticos: “toda regra tem exceção, existem alguns que “se salvam”. Pronto, já me desculpei com aqueles que poderiam se sentir “ofendidos”, se é que algo que se diga, se faça, pode ter esse efeito, mesmo que mínimo. Dê uma “banana” (o gesto, não a fruta) pra um “político safado” e ele, do alto de sua “generosidade” fará com ela uma vitamina e vai te abraçar, dá uns tapinhas na suas costas e chorar, copiosamente, reclamando que você não o ama. 

Enquanto isso pessoas de verdade, sofrem com o sofrimento alheio e mostram que é possível transformar uma realidade dura com generosidade verdadeira, com um pouco do pouco que se tem, multiplicando ações repletas de amor verdadeiro e poderosamente transformadoras. É o gari que devolve a mala de dinheiro que acha; seres iluminados que na escuridão das ruas que abrigam tantos outros seres esquecidos nas sombras do crescimento ganancioso de poucos, levam luz e calor, alimento pra almas e corpos castigados pelo abandono. 

Um catador de lixo que recicla o que você descarta sem critério; o menino que ensina outros meninos que não tem como frequentar uma escola, porque não existem vagas ou simplesmente porque não existem escolas. Enquanto isso alguns degenerados, gananciosos, destruidores de lares com seus discursos deformadores e seus projetos inversores de valores que foram pilares da família, da formação do jovem e sustentadores de uma sociedade; se esforçam em tirar mais ainda de você e de quem realmente precisa. 

Desviam verbas da educação, da saúde, da segurança. O país mergulha no caos; pessoas morrem sem atendimento , em filas intermináveis, espalhados pelo chão do corredor de um hospital sem médicos e sem medicamentos; continuam emburrecidos, pois privados de educação fica mais fácil a manipulação; matam uns aos outros e pais de família tem vidas ceifadas por “crionças” que diante da lei são “inocentes, desprovidos de consciência de seus atos e incapazes de responder por eles”. Um “menor infrator” custa mais para o estado do que um pai de família trabalhador.  Cansei! Não vou clamar por justiça pois há muito tempo cheguei à conclusão de que , além de cega, ela é SURDA! Não adianta gritar, ela não vai ouvir.

Bem, pelo menos eu insisto em colocar pra fora toda minha indignação, através de minha música, e vou seguir fazendo isso, pois ainda não perdi a esperança em mim, nem em você que também se indigna , se revolta e grita, do seu modo, futucando a merda pra que ela feda ainda mais e assim talvez, incomode mais um “tanto” quanto nós para que, no fim de tudo, tenhamos despertado a consciência do direito e da justiça, única arma capaz de derrotar aquele que é nosso inimigo. 

SOMOS REFÉNS de tudo isso, de toda essa podridão, do medo.

O reggae me faz pensar. Ouça reggae com os ouvidos da alma e sinta despertar em você a consciência. Fica a dica. Boa Semana pra todos. JAH bless.  


A morte do cantor sertanejo, a seleção brasileira e o futuro do país.

Author: Jah Bless /



Antes que comecem a achar que vou tomar partido de um ou de outro nas inúmeras polêmicas que pipocam nas redes sociais, jornais, blogs e afins, acerca da notoriedade ou do estrelato meteórico de um quase anônimo catapultado pela dor de uma perda prematura; vou logo avisando: não vou participar dessa celeuma.
Também não tô nem aí se “Dunga”, ou qualquer dos outros seis anões (lembram daqueles do “orçamento”?) , o técnico da seleção de “nanicos” , pequenininhos em seu futebol, estilosos em seus penteados, escalou certo ou errado “os nossos – lá deles! – guerreiros sulamericanos”. Não perdi meu tempo diante de uma tv para ver um jogo de medíocres, “batendo cabeças”, se desentendendo entre si e dando o péssimo exemplo da prepotência e arrogância que resultou, ao final, em cenas grotescas de violência e conduta anti-esportiva.
Não tô nem ai !!!
Na verdade, essa postagem é exatamente para isso,  questionar o quão é importante dar tanta importância a certas coisas que, no todo e para o todo, não seriam tão relevantes se a gente voltasse nosso pensamento e somasse nossas forças para transformar o nosso futuro, que não se nos apresenta promissor e sim, catastrófico e ferrado.
Que se derramem lágrimas e até se entristeçam aqueles que conheciam o trabalho e admiravam o cantor sertanejo e o seu “legado para a cultura de massa popular brasileira” – respeito mas  não engrosso o côro dos chorosos e me dou o direito de dizer que não o conhecia ; senti pela perda de uma vida mas que não reconheço nenhum legado do mesmo; mas será que é preciso ocupar tanto tempo dos noticiários com imagens de fãs desesperados, teorias conspiratórias sobre o porque do “acidente” e a quantidade de pontos de solda na roda? Não ignoremos a dor da perda, ela existe e deve ser respeitada; inclusive, deixando que aqueles que estão verdadeiramente enlutados e tem razão para estar, possam recolher-se em seu canto e dedicar seu tempo a ela.
Mas certamente não faltam assuntos mais relevantes e até mais “dolorosos”, de dor coletiva. No mesmo dia, ao longo de toda a semana, a cada minuto em que os “sensacionalistas” voltaram sua atenção mórbida e especulativa, quase que exclusiva, ao passamento do músico, pessoas estavam morrendo vítimas da violência , do descaso dos governos, da intolerância religiosa, de atos terroristas e assassinos em massa; pessoas morreram de sede e fome, na Africa, na Europa, no Brasil, no mundo!!!
No mesmo momento em que fanáticos torcedores do nosso futebol falido e vilipendiado pela corrupção, roíam unhas, gritavam histericamente e até choravam e sofriam “piripaques” diante da desclassificação “prematura” da “seleção (!? Rsss)”;  a inflação voltava com toda a força corroendo o poder de compra dos salários, elevando preços; a energia elétrica aumentava mais uma vez e a “bandeira vermelha” tremulava avisando que “a coisa ia ficar ainda mais preta”; as chuvas deslizavam barrancos, destruindo barracos e soterrando vidas e sonhos; novas provas e denúncias surgiram nos autos daquele que se afigura o maior escândalo de corrupção envolvendo empresas, empreiteiras, empresários e políticos de todos os escalões.
Enfim, morrer é da natureza humana e a única certeza. Cazuza morreu, Renato Russo e Cássia Eller também; assim como Chico Anísio e Dominguinhos, a partida também foi inesperada e não querida e porque não dizer, prematura,  pois ainda muito poderiam fazer pela cultura e conscientização do povo brasileiro. Cada um com seu valor, com sua colaboração, com seu legado. Guardemos, com cautela e serenidade, as devidas proporções. “Pra bom entendedor...”
Por outro lado, meus heróis não foram escalados, minha seleção não é da bola, não ganha em dólar nem vive de ostentação. Meus heróis ganham salário de fome, trabalham como escravos para construir um novo país; eles estão em salas de aula, varrendo ruas, erguendo prédios, pagando impostos, engrossando as filas de hospitais e mendigando por justiça. Mas isso a TV não quer mostrar, não dá Ibope e tumultua a consciência pacífica e acomodada do “fã-torcedor”. 
Nossos sentimentos aos enlutados e nosso aplauso para a SELEÇÃO  CHILENA (com maiúsculas) pelo título inédito conquistado. Ah, em tempo: obrigado seleção brasileira (com minúsculas) por ter nos poupados de risíveis, constrangedores e sofríveis exibições minimalistas de um rascunho que insistem  jocosamente chamar de futebol.
Salve o povo brasileiro. Salve a cultura nacional. Se é pra esperar um futuro melhor, que seja sentado, senão cansa. Ah,  e com a tv desligada. 

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